sábado, 17 de abril de 2010

Como e quando iniciar meus estudos?

Dicas Para Concursos Jurídicos
Pessoal, depois de tanta correria com provas e trabalhos vamos voltar à rotina do blog. Este post complementa o último sobre este concurseiro dedicado que conseguiu alcançar seu objetivo com estudo, técnica e muita humildade. Esta última classifico como a mais importante para qualquer ser humano.
É certo que muitos procuram o serviço público atrás de uma boa remuneração, estabilidade na carreira e financeiramente, benefícios, alguns privilégios etc. É certo também que muitos querem trabalhar na iniciativa privada, mas, antes de figurar nessa área, buscam a estabilidade no cargo público para depois planar na carreira dos sonhos. E como diz o Juiz Federal Dr. William Douglas muitas pessoas, principalmente as mulheres, buscam no cargo público uma segurança para dar um pé na bunda do marido e ser uma mulher livre e independente. Pode acreditar! Eu conheço pessoas nessa condição!
Seja qual for o seu objetivo o importante é saber que qualquer um pode ser o que quiser. Basta acreditar que você é capaz e pode conseguir! Mas para isso tem um preço a pagar, o que muitos não estão dispostos. Eu sou a prova de que acreditar no sonho, ser perseverante e pagar o preço se consegue tudo o que imaginar! Acredite!
Para aqueles que ainda estão na faculdade (ou já estão formado) e tem como sonho e vocação a área pública, ou especificamente a carreira jurídica, atente-se para as dicas do Dr. Alexandre.
Dr. Alexandre Henry Alves

Já me fizeram essa pergunta inúmeras vezes: por onde começo a estudar? Aliás, outra pergunta costuma vir antes: quando começo a estudar? Vamos por partes, procurando acender uma luz sobre tais dúvidas.
Se você ainda está na faculdade, sugiro que você se concentre nela e não fique preocupado com os concursos, especialmente se você ainda está nos três primeiros anos. Há tanta coisa interessante a se fazer durante esse período, tantas festas, confraternizações, projetos de iniciação científica, encontros de estudantes, congressos e por aí a fora, que não compensa perder fios de cabelo querendo adiantar os estudos. Na verdade, o melhor que você pode fazer é justamente estudar bastante o que os professores estão ensinando, porque essa será a sua base como futuro profissional do Direito.
Quando começar seu quarto ano de faculdade, se você já se decidiu pela área pública e pelos concursos (lembre-se que a advocacia é um bom caminho também), primeiro se preocupe em fazer sua monografia de conclusão de curso, se for o caso, para depois iniciar os estudos. A maioria dos bons concursos exige que você tenha concluído a faculdade, mas em alguns casos as comissões examinadoras aplicam a Súmula 266 do STJ (O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público) e só exigem a comprovação da formatura na data da posse. Assim, se você estiver com muita pressa e tiver uma boa capacidade de aprendizado, poderá dar sorte e conseguir a aprovação em algum exame no último ano de faculdade, com a posse prevista para logo depois de sua colação de grau. Mas, é preciso haver uma coincidência muito feliz de datas para que isso ocorra, razão pela qual aconselho você a não se preocupar com isso. Simplesmente estude com tranquilidade, sem paranóias.
Terminado o curso, é hora de fazer o Exame da OAB. Não o deixe de lado, pois há muitos cargos bons, como a advocacia pública, que exigirão sua inscrição nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil. Faça o exame, pegue seu certificado e, se for o caso, deixe-o guardado, mas não o despreze. Primeiro, porque você poderá precisar dele em algum concurso, como eu já disse. Segundo, porque convém que você exerça a advocacia, mesmo enquanto estuda para concursos. Razões: 1) pegar experiência; 2) ver se você tem realmente vocação para concursos, pois pode ser que você seja um advogado nato; 3) adquirir período de atividade jurídica. Sim, quanto a este último comentário, vale lembrar que os cargos do Ministério Público e da Magistratura exigem três anos de atividade jurídica, que são contados apenas a partir da conclusão do seu curso de Direito. Assim, não adianta ter pressa caso você queira ser um Promotor, um Procurador da República ou um Juiz.
Se você já passou por tudo isso, quer estudar e não sabe por onde começar, aqui vão algumas dicas:

-> Dê uma olhada na sua biblioteca particular. Não saia comprando um monte de livros! Adquira um desses "vademecuns" que englobam os principais códigos e leis, para que você os tenha atualizados. Caso você já possua bons livros de doutrina, não se preocupe em comprar outros, especialmente se eles têm menos de cinco anos desde a edição. As atualizações de temas você as conseguirá pela leitura da legislação e de artigos jurídicos na internet. Compre apenas:

* O citado livro com a legislação atualizada.
* Doutrinas de matérias que você ainda não tenha nada.
* Doutrinas de matérias que você já possua, mas que tenham sido editadas há mais de cinco anos.
* Um livro de resumos de cada matéria, pois eles são bons para sintetizar o conhecimento.

-> Monte um quadro de horários para que você se auto-discipline. Separe duas ou três disciplinas por dia, conforme o edital do concurso para o qual você pretende concorrer, sempre colocando no mesmo dia uma disciplina que você considere mais difícil com uma que você ache mais fácil. Lembre-se de deixar um dia para descansar, em regra o domingo. Quanto aos sábados, deixe para uma tarefa mais amena ou pelo menos diferente do que você fez durante toda a semana. Exemplo: leitura de jurisprudência, leitura de artigos jurídicos etc.

-> Busque seguir à risca seu quadro de horários. Porém, se você estiver lendo um grande livro de doutrina, não há mal nenhum em concentrar-se nessa atividade durante dois ou três dias seguidos, para não perder a sequência. De qualquer maneira, não tenha como única atividade do dia uma leitura. Procure fazer exercícios diariamente, até para treinar o cérebro em relação a essa atividade.

-> Se puder, compre uma impressora tipo laser para imprimir materiais da internet. Ninguém aguenta ficar lendo tudo na tela do computador e essas impressoras já podem ser encontradas a um preço bem camarada, com um custo de impressão bastante acessível.

-> Não perca tempo imprimindo ou procurando uma avalanche de questões ou materiais da internet. Vá fazendo isso à medida em que você conseguir digerir o que já tem em casa. Se baixou uma prova da OAB para resolver, não se preocupe com outras provas enquanto você não terminar aquela.
-> Faça questões objetivas (fechadas) desde o início do seu estudo, começando por provas (ex.: OAB) que sejam de bom nível, mas não exageradamente exigentes.
->Separe um canto para você estudar em paz. Ninguém consegue se concentrar se não tiver sossego.
-> Comece a estudar e ponto final. Não fique adiando o que não pode ser adiado. Montou seu horário de estudos, está com a mini-biblioteca em dia, já tem como acessar questões abertas e fechadas da internet, agora é só com você. Procure seguir o horário que você montou e, mais do que isso, busque manter uma quantidade mínima de tempo de estudo por dia. Não precisa exagerar. No início, uma ou duas horas por dia são suficientes para não se cansar. Com o tempo, aumente a quantidade de horas, mas saiba que a maioria dos aprovados em concursos dificílimos não estudava mais do que entre três e cinco horas por dia.

É isso aí. Mãos à obra porque tem muita gente boa correndo atrás do mesmo sonho que você. Na maioria dos casos, o maior inimigo que temos é a gente mesmo, a nossa preguiça, a nossa falta de persistência, os desvios de atenção que a gente deixa acontecer ao longo do dia (telefonemas, tempo perdido na internet, TV, geladeira, etc). Enfim, o mais difícil não é enfrentar a concorrência, mas dominar o próprio corpo e a mente para manter sua vida focada em seu objetivo.
Para mais informações sobre dicas de estudo para concursos, sugiro a leitura do livro que redigi: "Juiz Federal: lições de preparação para um dos concursos mais difíceis do Brasil". Lá, conto como me preparei e passo dicas de dezenas de Juízes Federais.
Alexandre Henry Alves
Juiz Federal

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