Botão entra na justiça por invasão de propriedade

Jornal Folha do Direito

Botão entra na justiça por invasão de propriedade

O botão de camisa social, mais conhecido como sr. Bóton, filho do seu Botonildo, ficou indignado pela invasão de sua propriedade consumada pelo botão conhecido como Botinho míope, vizinho da casa de baixo.

O crime ocorreu na tarde do último sábado quando o proprietário da camisa se preparava para um encontro com a sua amada, Lilica.

Sr. Bóton, protegido pela Constituição Federal de 1988, acionou a justiça e invocou o artigo 5º, inciso XI para sustentar sua defesa:

“a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”

Na ação de reparação de dano o autor alegou constrangimento pela invasão inesperada e despropositada de seu vizinho míope e pediu compensação financeira para encerrar a contenda.

Não contente, Botinho míope, não falou com a imprensa, mas em sua defesa, por meio de advogado, alegou não ter sido intencional a invasão da casa de cima de seu vizinho. Disse estar profundamente entristecido com o ocorrido e acusou o sr. Bóton de sensacionalismo.

Alegou também que a pressa em atender ao pedido do dono da camisa, que estava atrasado para o encontro com sua amada e futura esposa, causou-lhe grande confusão. E o fato de ser míope e a casa dos dois ter fachadas iguais contribuíram para o erro.

Sustentou ainda que o preceito constitucional não pode ser invocado em um caso de “ego” do seu vizinho de cima, que no momento da invasão tomava banho de sol só de samba-canção, e isso o teria deixado constrangido pela sua falta de estilo.

O caso chegou às mãos do Juiz.

Munido de suas prerrogativas, o Douto Juiz Botoléu Botão, não acatou o pedido de indenização feito pelo autor e argumentou que não houve má-fé por parte do réu.

Em sua sentença, condenou ainda os dois vizinhos brigões a se abraçarem e fazerem churrasco nos finais de semana, mas que os dois estejam devidamente trajados com SAMBA-CANÇÃO.

Autor: Marcos Proença

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